Falam sempre que Espírita não pode se envolver com política, que Centro Espírita não é lugar de campanha. No mundo político que o ser humano vive ele está inserido no contexto político da vida.
Por conta de uma cultura equivocada de que político não é honesto e não honra suas promessas toma-se o todo como a mesma coisa. Muitos políticos trabalham em prol dos estados, cidades, municípios que os elegeram com toda dedicação. A resposta é dada com ações que beneficiam a população.
Se todos são eleitores e vivem sob as diretrizes de um país, a vida de cada um está envolvida politicamente. São as leis, burocracias que devem ser respeitadas. As bancadas políticas estão organizadas, evangélicas, católicas ou outro grupo mesmo que não seja religioso mas idealista.
Não há notícia de uma bancada Espírita no Congresso, nas Assembleias ou Câmaras. Quem vai defender e lutar pelos anseios dessa comunidade? Abrir a Casa Espírita para um irmão de ideal que deseja além de trabalhar pela causa comum, interesse dos bairros, da cidade e de uma filosofia fica sob a responsabilidade de quem a dirige baseado no bom senso.
Se a casa não admite que algum candidato exponha suas ideias, pelo menos tem o dever de comentar na época de eleição sobre a importância e responsabilidade de cada um na escolha daqueles que governam mediante ao voto dado.
O movimento Espírita já teve alguns expoentes ocupando cargos políticos como Bittencourt Sampaio, deputado e governador do Espírito Santo. Pedro de Camargo Vinícius que foi vereador em Piracicaba/SP. Bezerra de Menezes, foi eleito vereador no Rio de Janeiro. O médium Eurípedes Barsanulfo foi vereador em Sacramento/MG e Freitas Nobre foi deputado e vice-prefeito em São Paulo/SP.
Dia Municipal do Espírita
No dia 1º de julho de 2011 aconteceu no Centro Espírita Perseverança, na cidade de São Paulo, homenagem ao médium Chico Xavier em Sessão da Câmara dos Vereadores de São Paulo ao Dia Municipal do Espírita aprovado pela Lei 14.485/2009 do Vereador Quito Formiga, frequentador desta Casa Espírita e filho do poeta Eurícledes Formiga que psicografou através de Chico inúmeros poemas e continua enviando-os pelas mãos do escritor Carlos Baccelli e do consultor Miguel Formiga.
O evento contou com a participação de pessoas que conviveram com Chico Xavier ou esteve em sua companhia devido alguma passagem referente à Doutrina. O início da Sessão foi com a Dra. Marlene Nobre, presidente da Associação Médico Espírita do Brasil – AME, recordando Allan Kardec que não se considerava líder do Espiritismo. O mesmo fez Chico Xavier que não respondia como tal e sim um servidor de Jesus.
Jether Jacomini Filho, diretor da Rede Boa Nova de Rádio comentou sobre o apoio de Chico em decisões sobre procedimentos das Casas André Luiz. O advogado J. B. Oliveira é um dos fundadores do Perseverança e recordou sua infância com a irmã Guiomar de Albanesi sendo de família protestante, o encontro com Chico e o início do Perseverança.
José Carlos De Lucca, juiz de direito, fez a palestra sobre Chico Xavier. Lembrou o quanto Chico doou de si para os mais necessitados e do olhar que ele tinha de bondade. Enquanto isso Miguel Formiga recebia mensagens dos espíritos que foram lidas ao final.
Apoiar ou não políticos no Centro Espírita?
Marlene Saes, presidente do Centro Espírita A Caminho da Luz em São Paulo e comunicadora da Rede Boa Nova de Rádio, apóia políticos que se propõem a colaborar com ações sociais em prol dos mais necessitados e entidades filantrópicas.
RBN - Por que apoiá-los, qual sua visão sobre a política no meio Espírita?
A política teoricamente deve ser algo saudável e sadio, que acrescente. Nós não podemos deixar que os comentários de corrupção venham tirar de nós esse propósito. O movimento Espírita não pode ficar alheio à política. Nós precisamos de apoio de políticos de todas as esferas. O A Caminho da Luz têm uma obra social grande, são vinte e cinco unidades e enfrentamos muitos problemas. O Brasil infelizmente é um país onde a burocracia prejudica uma série de propostas. Temos o apoio de um vereador em São Paulo, de deputado estadual e federal porque nessas frentes encontramos dificuldades para realizar os projetos que nós temos. Eu pessoalmente não vejo nenhum empecilho da casa espírita apoiar um político. Fazer política na casa espírita é errado. Mas apoiá-los não. Ela precisa disso, pois busca recursos, resolução de problemas e se não tivermos o apoio do poder público não caminhamos. Este apoio é uma via de mão dupla, buscamos o apoio e damos a contra partida através dos votos e divulgação. Devemos buscar o político confiável e não se vincular a um que está sendo processado. Buscar o que tem caráter, transparência. Tendo essas características não há problema.
Fotos do Perseverança: assessoria Quito Formiga.
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